31/12/1969 AGRO Tecnologia permite sexagem de mudas de mamão ainda no viveiro Um projeto pioneiro, desenvolvido na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), está transformando o cultivo do mamão. Resultado do pós-doutorado das pesquisadoras Fernanda Arêdes e Marcela Boechat, o estudo surgiu para resolver a demanda dos produtores da fruta quanto à identificação sexual das plantas que, até então, só era possível meses após o plantio das mudas.
O mamoeiro é uma planta com cromossomos sexuais, cujo valor comercial está na planta hermafrodita. No método tradicional de cultivo é necessário plantar de quatro a seis mudas por cova para obter pelo menos uma hermafrodita.
“Um grande problema na cultura do mamoeiro era a determinação do sexo (sexagem) de forma tardia, o que obriga o plantio de várias mudas em uma mesma cova. Somente na época da florada, que ocorre no quarto mês de desenvolvimento da planta, é possível saber qual é a hermafrodita e assim arrancar as demais”, destaca Fernanda.
A partir das pesquisas, iniciadas em 2018, foi criada uma startup focada na aplicação da biotecnologia no mamoeiro. Na prática, isso significa a capacidade de fazer a sexagem precoce das mudas ainda no viveiro. “Desenvolvemos uma tecnologia rápida e precisa que determina o sexo das mudas de mamão ainda no viveiro e em apenas duas horas”, conta Fernanda.
O professor titular da Uenf e supervisor do projeto, Messias Gonzaga Pereira, explica que as vantagens são inúmeras.
“Começa pela economia. Em vez de cuidar de quatro ou cinco plantas durante quatro meses, o produtor só vai cuidar de uma por cova. Isso significa a economia de adubo, da água para irrigação e dos defensivos. Além disso, a produção começa entre 40 e 60 dias mais cedo e produz, em média, 30% a mais que no método tradicional”, salienta Messias.
Para a novidade sair do laboratório e chegar até o campo, a startup firmou parceria com um viveiro de mudas de mamão de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo, maior produtor da fruta no Estado. No final de 2022, Cícero Alvino Covre Zanoni, engenheiro agrônomo e viveirista, fez, inicialmente, uma área de teste e não parou mais. “No início da parceria foram necessários vários ajustes para nos adequarmos ao formato de trabalho que a sexagem molecular exige. Investimos no aprimoramento dos nossos colaboradores, tempo e recursos financeiros. Hoje, a todo instante tem produtor que acompanha os resultados querendo saber mais detalhes sobre a tecnologia”, salienta Cícero.
Com as mudas prontas, o viveirista coleta um pequeno disco foliar de cada plantinha e manda para o laboratório, que fica em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, onde são feitas as análises. Com o resultado em mãos é feita a separação das mudas. Autor: Rosimeri Ronquetti Fonte: CONEXÃO SAFRA |
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