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Os perigos do plantio de poucos clones na formação de lavouras de café conilon

30 de janeiro de 2017

 


O ano de 2016, foi caracterizado por elevação dos preços do café conilon e também por uma grande estiagem em nossa região e no estado como um todo. Com a chegada das chuvas, verificamos o aumento de plantio de novas lavouras de café conilon e também a utilização de poucos clones na formação de novas lavouras.


O gênero Coffea é representado por mais de 100 espécies, destacando-se o C. arábica e C. canephora, tendo esta última, dois grandes grupos (Congolense = Robusta e Guineano = Conilon). No Espírito Santo, o C. canephora cultivado é o conilon, cuja espécie é a principal atividade agrícola do estado.

 

Pesquisas publicadas em diversos periódicos científicos têm relatado que no café conilon a fertilização ocorre entre o pólen de uma planta com o estigma da flor de outra planta (panmixia). Portanto, o cruzamento do pólen e o estigma da mesma planta praticamente não produzem frutos, quando produzem não apresenta viabilidade econômica.


Assim, em cultivos comerciais existe a necessidade de haver diferentes plantas (clones), possibilitando que haja a fecundação cruzada e, consequentemente, produção de frutos. Deste modo, verifica-se que não é recomendado cultivar apenas um genótipo – clone (propagação vegetativa, que mantém as características da planta matriz), ou mesmo mais de um, que tenham as mesmas características genéticas.


Verificamos que o produtor motivado pelo alcance de maior produtividade, efetua o plantio de poucos clones (1, 2 ou 3), correndo o grande risco de ter problemas no cruzamento. Salienta-se que mesmo havendo lavouras vizinhas,  o pólen não se desloca em grande distância, devido à barreira física que a própria lavoura impõe. O problema aumenta à medida que a idade da lavoura avança e ocorre maior fechamento da mesma, portanto, é errôneo tirar conclusão de lavouras em 1ª e 2ª colheita.


É fundamental que os produtores não plantem poucos clones. Assim, o cultivo de lavouras com número restrito de clones, principalmente, quando se trata de materiais genéticos próximos em relação às suas constituições genéticas, o que somente pode ser avaliado por estudos detalhados, leva à baixa produtividade, reduz a rusticidade, a vida útil, atenua a bianualidade e por consequência, baixa rentabilidade.

 

Na prática, as lavouras com poucos clones, têm demonstrado maior incidência de pragas e doenças e produtividade sempre abaixo das esperadas, sendo o produtor motivado a efetuar a renovação antecipada da lavoura.


Lembramos que efetuar plantios de café, exige planejamento no mínimo de 6 meses de antecedência. Para escolha do número adequado de clones, definir os arranjos de plantios. É aconselhado plantar uma linha de cada clone. Essa tecnologia não tem custo superior, somente capricho do produtor e viveirista e garante produtividade, longevidade e lucratividade da sua cafeicultura.

 

Portanto, para se ter uma lavoura com durabilidade de pelo menos 15 anos, deve ser evitado o plantio de poucos clones, pois é uma prática muito arriscada. Aconselhamos acima de 8 clones.


Eng. Agrº Carlos Otávio R. Constantino ¹, Eng. Agrº Ms Wander Ramos Gomes²

 

¹ Programa Conilon Eficiente – COOABRIEL – ² Ger. da Assitencia Técnica da COOABRIEL

 

Fonte Campo Vivo

Foto: Cooabriel

 

 
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